Precisamos falar sobre o L


Ta, vocês sabem né? O nome do post ta fazendo uma boa referência com o mais novo filme Cult de serial killer sobre um jovem que planeja um massacre no colégio e nada acontece. Bom, pelo menos nas cenas em que eu vi, a mãe dele ficava apenas fumando por cinco minutos sem nada acontecer e eu não vejo como esse tipo de filme consegue ser Cult.

Mas não é sobre isso que eu quero falar. Aliás, não troquei o nome do garoto do filme pelo meu porque não estou tendo vontade de matar apenas aqueles que me irritam. É que às vezes, eu acho que é isso que as pessoas pensam. Quando vêem um garoto de sete anos madrugando em frente à TV só pra não perder a versão dilacerada de “O Exorcista”, as coisas começam a ficar confusas. Minha mãe, por exemplo, acha que eu tenho um problema bem maior do que realmente tenho.

Será que as pessoas simplesmente não podem aceitar que ser diferente é normal? Quer dizer, preconceito podemos até ‘entender’, já que muita gente justifica com coisas que estão na bíblia. Mas não me lembro de ter lido lá que é abominação assistir a filmes de terror. Então qual é o problema de vocês? Um pouquinho de groselha e chocolate que parecem sangue? Um pouquinho de tripas de borracha pra fora? Ou um telefonema de alguém dizendo que você via morrer daqui a sete dias? Isso é besteira.

Mas, mesmo sendo besteira, isso ainda me rendeu uma audiência hilária com uma psiquiatra. Minha mãe queria saber porque eu sou do jeito que sou e só faço direito as coisas que não prestam. Acordar cedo pra trabalhar? Faça-me o favor, sou do tipo que acorda meio dia e fica com cara de sono até as quatro da tarde, isso porque escola é aquele tipo de lugar que te cansa mentalmente como se você tivesse numa olimpíada.

E isso deveria me fazer ter sono, mas eu não tenho. Seria culpa do computador, mas isso num modo muito geral, já que as grandes culpadas são as séries americanas que roubam meu sono e o transformam em excitação pra mais quarenta minutos de episódio. É, sou fã de cinema e TV, não é grande coisa, ou pelo menos, não quando isso atrapalha minhas noites.

E depois de uma conversa bastante reveladora entre eu e aquela quatro olhos que só estava ali por causa de um diploma que ela não merecia, elas chegaram a conclusão final: L tem depressão. Nossa, e ela ainda nem leu meu blog, que filha da puta. E eu pensei que era só porque eu assistia filmes de terror, sabe? Porque a mulher ficava chocada com qualquer coisa.

- Eu assisto The Vampire Diaries.
- Ai meu Deus do céu!

- Eu leio A saga Crepúsculo e livros de anjos caídos.
- Ave Maria!

- Adoro os filmes Sexta-Feira 13.
- Qual o seu problema, meu Deus?

Como se já não bastasse ser difícil ser eu, ainda vem uma mulher dessas me provar que eu realmente tenho razão. Pior era quando eu dizia coisas graves, como já ter pensando em me drogar. Isso ela achou normal, como pode? Quer dizer que eu sou louco porque gosto de terror, mas sou normal porque quis usar drogas? Que déficit essa mulher tem pelo amor de Deus?

Mas, vamos voltar ao assunto da depressão? Porque eu acho que eu realmente não tenho. Os argumentos dela eram válidos, mas os meus eram bem mais. Afinal, quem me conhece mais que eu que fico o tempo inteiro comigo? E o primeiro item dessa lista foi a falta de auto-estima e a desesperança de encontrar um conjugue. Quer dizer, não posso mais me achar feio e azarado que tenho depressão. Mas se eu me achasse a ultima coca cola do deserto, estaria tudo bem?

É claro que vou me achar feio. E deixando as explicações que envolvem meu signo, só existe um motivo pra isso: Meu azar. Até os dezesseis anos ninguém queria me beijar ou sequer me elogiava, então atribuí tudo isso a minha aparência. E quanto a desesperança de conseguir um namorado, está muito óbvio. Se eu me acho feio, é claro que vou acreditar que ninguém vai me querer, porque esse lance de beleza realmente atrapalha. Eu já levei muitos foras por causa disso e já recebi vários elogios, mas mesmo assim.

Outro item que ela citou foi o fato de eu não me socializar direito e ficar sempre na frente do computador. Ela nunca estudou sociologia? Porque internet é um meio de socialização. E eu realmente prefiro um amigo virtual do que uma falsidade real. Essa frase é muito careta, mas é a verdade.

Minha mãe disse que ela repara quando estou no meu grupo de amigos, sempre fico meio distante. Porra, vai tomar no cu. É claro que eu fico distante, eles falam muita merda e eu prefiro ficar pensando, porque não to dando a mínima pro que eles falam. To pouco me fodendo, fico distante mesmo, pelo menos a voz na minha cabeça não fala tão errado. E quando eu falo ‘voz na minha cabeça’ eu quero dizer ‘a minha voz’. Porque né... Vai que alguém me confunde com um louco.

E sabem, acho até engraçado. Minha mãe e o resto da família pulam, gritam, falam na língua da Jade de O Clone e batem o pé no chão dizendo que o espírito santo está dentro deles, mas o louco é o garoto que assiste muitos filmes de terror. Me passaram até um remédio, que eu acredito que seja mais pra dormir do que pra tratar as outras coisas. Porque eu dei uma lição de moral na psiquiatra e no final ela até simpatizou comigo. Sou antipático mesmo, ainda vou apanhar na rua por causa da minha nojentice, eu sei.

Mas acho que vai ficar tudo bem. Tenho essa sensação de que essas coisas estão perto de acabar. Talvez eu precise mesmo de alguém pra conversar, mas eu tenho vocês. Eu não lembro o nome de nenhum de vocês e posso até nem saber quantos de vocês me visitam, mas ainda considero isso aqui como uma terapia. É de graça, é divertido, é esclarecedor e é natural. Vou tatuar isso na minha bunda.

Conclusão: Se algum dia eu deixar de postar, não se desesperem, não me matei, é apenas o remédio me fazendo cair na cama mais cedo. Namastê, bitches. 

2 comentários:

M 31 de janeiro de 2012 às 17:49  

A sala do psicólogo é na verdade o meio mais fácil para me fazer ficar temeroso. Filmes de terror? O que tem demais nisso? Cansei de ver romances cheio de idealizações, prefiro tragédias, é muito mais real e intrigante. Sou fã de A hora do pesadelo e acho que a essência do Sexta Feira 13 acabou depois do 5° filme, não sei. Ainda vejo, mas me parece que a história perdeu o foco, ainda mais depois que foram fazer o remake.
Enfim, estamos juntos nessa L. Acredito que você possa encontrar um modo de se safar de tudo isso, já que não é impossível e você curte desafios ;)
Ahhhhhhh e outra coisa, bitch é sua bunda

L 2 de fevereiro de 2012 às 17:06  

Minha bunda tenta ser Bitch mas num guenta, ela é BV mais respeito.

Postar um comentário

Você é o dramático número:
contador de visitas gratis

L, é assim que vocês vão me chamar e é apenas isso que devem saber, além de um monólogo diário sobre a minha vida e a de quem me cerca todos os dias, tudo em completo anonimato, para não comprometer nenhum dos indivíduos que merecem ser comprometidos pelo fato de me comprometer também. Qualquer coisa, não me perguntem, ainda estou tentando descobrir quem eu sou.

Seguidores

Tecnologia do Blogger.